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Arquitetos: Marià Castelló Martínez
- Área: 332 m²
- Ano: 2020
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Fabricantes: DuPont, Rothoblaas, Diabla Outdoor, ELEVATE, Focus, GIRA, Gandia Blasco, Geopannel, KLH, LEMA, Lunawood
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Ca l´Amo é um terreno de 42.385 m2 localizado no extremo norte da planície de San Mateo, na ilha de Ibiza. Nele, há uma área de topografia pronunciada, sustentada por muros de pedra que geram uma paisagem icônica da zona interiorana da ilha. Com o tempo e o abandono progressivo das atividades agrícolas, os terraços foram emboscados e hoje é uma área de floresta onde coexistem principalmente pinheiros e zimbros.
A intervenção foi localizada aproveitando o último dos terraços, entre duas paredes de pedra existentes e na fronteira entre a parte acidentada do terreno e uma área plana e baixa a sudoeste. Essa pré-existência no território condicionou a disposição do programa funcional e os espaços livres adjacentes, concentrando a intervenção nele e deixando o restante em seu estado natural e inalterado.
A casa foi organizada em cinco volumes claramente diferenciados, gerando espaços de relacionamento, serviços, conexão visual com o exterior e ventilação entre eles. Os três primeiros volumes abrigam o programa para uma família numerosa com intensa atividade social. O quarto volume é destinado a uma grande área sombreada ao ar livre, enquanto o quinto abriga um anexo com acesso separado para convidados. Entre o quarto e o quinto volume está a piscina e a principal área de lazer e estar. A extensão dos cinco volumes é determinada pela profundidade do terraço em que a casa está localizada, o que ajuda a integrar a intervenção na paisagem.
Para a materialização, foram escolhidos sistemas de construção a seco, com ampla presença de madeira e soluções saudáveis. A estrutura dos painéis de madeira contra-laminados foi deixada visível no interior, concentrando-se em um único elemento construtivo, estrutura, vedação e acabamento. Uma atitude de sinceridade construtiva, mas que ao mesmo tempo gera conforto e aconchego ambiental.
Todas as fachadas são ventiladas, com duas soluções diferentes mostrando seu acabamento: as transversais, opacas e em contato com as paredes de pedra seca que servem de contenção foram finalizadas por meio de ripas de madeira, enquanto as longitudinais, onde estão concentradas as aberturas e pátios, foram executadas com painéis sintéticos baseados em minerais de grande formato.
A carpintaria externa foi realizada com madeira laminada de mesmas características da estrutura CLT, diluindo os limites entre revestimento e carpintaria, gerando maior harmonia do material.
Sistemas bioclimáticos passivos foram implementados por meio do arranjo correto das aberturas, gerando circulações de ar com ventilação natural, aproveitando a sombra e o frescor da vegetação natural que circunda a edificação e estratégias simples de eficácia comprovada nessas latitudes. Por outro lado, a casa também usa água da chuva, armazenando-a em uma cisterna de mais de 200 toneladas, o que a torna quase autossuficiente em termos de água.